quinta-feira, 27 de junho de 2013

PERGUNTAS E RESPOSTAS 4


ESPAÇO INVADIDO 

Meu namorado mora com um grande amigo e os dois sempre dividiram as despesas. Meses atrás o amigo levou a namorada para a casa deles: ela usufrui de tudo e não arca com nada. O casal domina os ambientes comuns,  como a cozinha e a sala, que foram mobiliados e equipados pelo meu namorado. Agora, ele só fica à vontade em seu quarto, mas não quer magoar o amigo e vai levando. Eu não suporto a situação: além de não gostar de vê-lo morar sob o mesmo teto com outra mulher, saber que ele a sustenta me deixa mal.
A situação é visivelmente injusta, mas seu namorado está aguentando. Parece que tem de ser “bonzinho” cedendo ao casal um espaço que é legitimamente dele (e que de vez em quando você acredita que também é um pouco seu, não?). O melhor que pode fazer é revelar suas emoções: o ciúme, a mágoa, a raiva – que sente do amigo e da namorada e também, certamente, dele, que permitiu que tudo chegasse a esse ponto. Se você se colocar, seu namorado perceberá que é ele quem tem de mudar de atitude – dando limites aos dois e fazendo um acordo de convivência diferente do atual. Pode sugerir, por exemplo, que a despesa seja dividida por três e o espaço de cada um mais bem distribuído. Se o outro rapaz se incomodar com isso, a pergunta é: vale a pena ter um “grande amigo” assim?
 

Tive uma paixão há mais de 20 anos. Namoramos, ficamos noivos, mas acabamos nos separando, pois brigávamos muito. Mudei de cidade, casei com outro, me separei e agora estou sozinha. A surpresa é que meu antigo namorado conseguiu me localizar e quer me encontrar. Está casado e com três filhos, mas me liga direto, me envia e-mails, diz que nunca me esqueceu. Acho que se estivesse feliz e bem-casado não me procuraria, mas estou em dúvida.
Pense primeiro no que você quer para você. Se é uma relação mais profunda, namorá-lo enquanto está casado não vai ser de grande utilidade para você. Por um lado, pode servir de “complemento” para o casamento, dando-lhe o amor e o sexo que estão faltando - é a razão pela qual muitos homens e mulheres trocam eternamente de amante, e nunca de cônjuge. Por outro lado, não vai ajudá-la a saber se vocês brigariam menos hoje do que há 20 anos, pois estarão convivendo muito pouco. O ideal é que ele resolva as questões com a esposa (independente do que pretende com você), decida se pretende ficar com ela ou não, e, se for o caso, se desimpeça para tentar uma nova relação. Com o possível risco de vocês voltarem a brigar e romperem de novo. É da vida.
 

Minha melhor amiga ganhou uma bolsa de estudos e ficou um ano na Europa. Profissionalmente foi importante, mas perdeu o namorado. Eu sempre planejei estudar fora, mas estou apaixonada e tenho medo de a relação não resistir a uma longa ausência. Meu namorado não me pressiona a ficar, mas também não garante que me espera. Está chegando a hora de fazer a inscrição para a bolsa e estou angustiada.
O aprendizado ninguém tira de você. O namorado, nunca se sabe (você certamente já ouviu frases como “abandonei o doutorado para me casar, e olhe agora o que ele me fez...”). A paixão não costuma ser boa conselheira. O que garante que o namoro de sua amiga teria durado, caso não tivesse ido estudar no exterior? É melhor você avaliar quanto a bolsa de estudos lhe vai trazer de conhecimentos e a importância desses conhecimentos para sua carreira e realização pessoal, do que ficar cogitando – ninguém pode lhe dar essa certeza – se outra vai agarrar seu homem enquanto você viaja. Por outro lado, quantas pessoas vão estudar fora e acabam se casando por lá mesmo? Não jure ao seu namorado que isso não vai acontecer com você, pois Deus está vendo... Toda mudança na vida implica em perdas, ganhos e riscos. No caso, para você e para ele. Ninguém manda no próprio coração - quanto mais no alheio. No seu crescimento pessoal, sim, você manda, e esse é o nosso verdadeiro poder na vida.

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