Há dois anos e meio sou apaixonada
por um rapaz que só lembra de mim para transar. Nesse tempo, ele já teve três
namoradas fixas e continuou me encontrando, dizendo que sente saudade e adora
fazer amor comigo, mas não me assume como namorada, talvez por preconceito por
eu ser negra. O que faço, se o amo?
Seja por preconceito ou por que
razão for, o fato é que ele não a quer como namorada. Com você ele só quer
sexo. Isso não quer dizer que ele não possa mudar. Mas essa mudança não
ocorrerá enquanto você não parar de se submeter a ele, sem dizer o que quer e
quais são os limites que impõe à relação. Se você quer um namoro, e não apenas
sexo, é a você que cabe dizer isso. Mas analise bem o que quer, para não ter de
voltar atrás depois, pois não se trata de um jogo, e sim de por em xeque o
relacionamento – seja para que se aprofunde, seja para acabar com ele e você
possa cuidar melhor de si mesma. É preciso que você esteja convencida de que
prefere ficar sem ele do que ser apenas sua companheira de cama. E saiba que
será inevitável um período de dor, de sentimento de rejeição e abandono, pois
não existe perda sem luto, sobretudo no amor. Mas será uma dor de crescimento,
que a tornará mais forte e assertiva numa próxima relação amorosa.
Casei-me aos 20 anos e apesar de ter
tudo para dar certo, me "dasapaixonei" e me divorciei assim que pude.
Nunca desejei ter filhos. Sempre fui uma mulher bonita e desejada por muitos
homens e talvez a vaidade não tenha deixado aflorar meu lado maternal. Hoje
tenho 40 anos e aparento uns 35, mas os homens que encontro estão apenas
interessados em aventuras sexuais. Fico pensando se tomei a decisão correta em
não ter tido filhos nem ter investido em um relacionamento tradicional. Tenho
medo de um futuro solitário, mergulhada na depressão.
Não há decisões corretas “padrão”
quando se trata da nossa vida. E a vida é nossa. Podemos, em cada etapa, tomar
decisões diferentes, se concluirmos que as velhas maneiras de ser não nos
servem mais. Nada impede que mudemos de postura, de posições políticas, de
religião e de estado civil. Muitos homens e mulheres se sentem muito bem
vivendo sós e sem filhos, e isso é, para eles, o “correto”. Por outro lado, nos
tempos que correm, com a rápida mudança de atitudes e comportamento das
mulheres, já há muitos homens com mais de 40 se queixando por não encontrar
mulheres que queiram se casar e ter filhos. Nada impede que você acabe
encontrando um deles. Por último, não custa lembrar que hoje praticamente não
há limite de idade para uma mulher ser mãe e são muitas as que estão, depois
dos 40, casadas ou solteiras, amamentando bebês fortes e saudáveis.
Não adianta todos dizerem que ele
não existe. Tenho 50 anos, sou separada, mãe de filhos já moços que vivem em
outro país e continuo esperando pelo príncipe encantado. Minha mãe fica
indignada, diz que estou velha demais para essas coisas. Em alguns momentos,
acho que ser tão só faz parte do meu destino. Em outros, penso que muitos dos
meus problemas e tristezas seriam resolvidos se eu encontrasse o homem da minha
vida. Será que isso é infantilidade da minha parte? Eu me sinto dividida entre
insistir ou desistir de vez dessas ideias românticas.
Exista
ou não o príncipe encantado, é importante que você enriqueça sua vida com novas
amizades e atividades – sempre em grupo - que lhe dêem prazer (e que, acredite,
vão ajudar muito em seus problemas e tristezas). Segue uma sugestão de roteiro:
1)
Saúde e corpo, desde exercícios físicos até estudos sobre alimentação.
2)
Cursos, congressos e encontros profissionais que contribuam para o seu
crescimento pessoal.
3)
Puro deleite, ou seja, sair com amigos, ir ao teatro ou conhecer novas comidas
e restaurantes, viajar etc.
4)
Relacionamentos pessoais -- reative velhas amizades, resolva pendências
com pessoas de quem você gosta, vá a lugares onde possa fazer novos amigos,
entre nos sites de bate-papo da internet.
Tudo
isso, além de tornar sua vida mais agradável e interessante, dará algumas
chances e condições concretas para o príncipe encantado surgir. E, se você acha
que ele vem a cavalo, não será demais frequentar um clube de hipismo.
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